quinta-feira, 12 de julho de 2012

OPERÁRIOS CONTINUAM SEM SEGURANÇA

Nove operários da construção civil morreram há quase um ano em obra realizada no bairro da Pituba, pela Construtora Segura Ltda . Diversas falhas relacionadas às normas de segurança no trabalho foram denunciadas pelo Ministério Público e não tiveram eco na Justiça.

Tudo continua no mesmo. Na Audiência de Instrução, realizada ontem na 18ª Vara do Trabalho, a juíza Lucyenne Amélia de Quadros Veiga não se pronunciou pelo pedido, conforme informou a assessoria de comunicação do MP.
A próxima audiência está distante, marcada que foi para o dia 23 de outubro. A procuradora do trabalho Séfora Char, uma das autoras da ação, afirma que “esse pedido é fundamental para resguardar a segurança e a saúde dos operários que atuam nessa empresa enquanto o processo segue na Justiça”.

Segundo ela, “até o momento, a juíza do caso não se pronunciou sobre o pedido, o que nos preocupa muito, porque expõe trabalhadores a riscos de novos acidentes”.

O Ministério Público do Trabalho (MPT), autor da ação, pede também a aplicação de indenização de R$ 10 milhões por danos morais coletivos.

Foram colhidas diversas provas documentais da responsabilidade da empresa no acidente, tanto por falhas na manutenção do elevador que despencou com as vítimas, quanto por uma série de irregularidades referentes ao não cumprimento de normas de segurança e saúde do trabalho.

A procuradora lembra que “esse acidente foi um dos mais graves já ocorridos no estado e, por isso, merece um tratamento exemplar do Judiciário, inclusive com a antecipação de tutela sendo concedida sem demora”.

ELEVADOR DESPENCOU - O elevador em que estavam os trabalhadores despencou de uma altura aproximada de 80 metros às 7h18 do dia nove de agosto do ano passado. Todas as nove vítimas trabalhavam na construção do edifício Comercial II, uma torre de 103 metros de altura com 299 salas, localizada na Rua Saturnino Segura, no bairro da Pituba.

As famílias de Antônio Elias da Silva, Antônio Reis do Carmo, Antônio Luiz Alves dos Reis, Hélio Sampaio, Jairo de Almeida Correia, José Roque dos Santos, Lourival Ferreira, Manoel Bispo Pereira e Martinho Fernandes dos Santos continuam na expectativa de que algo seja feito para que outros pais, mães, filhos e amigos não tenham a mesma dor, como entende o MP. 

Mariacelia Vieira REPÓRTER  

FONTE:http://www.tribunadabahia.com.br/news.php?idAtual=121592

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